domingo, 24 de maio de 2009

por onde os olhos passam

chuva diluvio garoa
sobre a estrada cinza
iluminada por faróis cintilantes
luzes ácidas contra cores pardas
à silhueta da mata das montanhas
caindo a noite
eu caindo no sono
no banco do passageiro
palpebras pesam
olhos semicerram-se cansados
querendo sonhos
viajar é bom
me leve pra longe que eu vou
caminhões cargueiros
levantam véu de água do asfalto
produzindo uma fumaça de vapor frio,
a silhueta das montanhas é bonita assim
quando tem mais luz atrás a se pôr
assim o sol se vai
embora as nuvens carregadas
já o tivessem encoberto
nasce outra noite
em meu peito,
no automovel,
sobre a estrada
o céu.
sem lápis e papel
eu inscrevo este poema por onde os olhos passam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário