no mar
na bruma
do amor
em si
devia
mergulhar
você
eu
em meu
coração
em dor
a lembrar
a lembrar
que temos
amor a ver
mesmo
que assim tão sós.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
prosa gasta
quando a poça espatifou-se
sobre desníveis de paralelepípedos no asfalto,
sob carros, pneus e estilhaços de água de chuva em mim
eu vim a entender algo do dia e da poesia que viria a surgir
deste urgir de entendimento de síntese de coisas sub-unidas
em palavras construídas a partir dos olhos,
e eu quero mesmo é isto; reestruturar linguagens,
e não ficar suando sobre prosas gastas,
na vulgaridade de minha fala,
embora isto seja tão prolixo
e eu mesmo não tenha entendido
quaisquer das intenções propostas.
sobre desníveis de paralelepípedos no asfalto,
sob carros, pneus e estilhaços de água de chuva em mim
eu vim a entender algo do dia e da poesia que viria a surgir
deste urgir de entendimento de síntese de coisas sub-unidas
em palavras construídas a partir dos olhos,
e eu quero mesmo é isto; reestruturar linguagens,
e não ficar suando sobre prosas gastas,
na vulgaridade de minha fala,
embora isto seja tão prolixo
e eu mesmo não tenha entendido
quaisquer das intenções propostas.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
paz e morte
amanhece
e eu preciso de palavras que justifiquem
esta manhã nublada e lilás de morte.
não que isto incomode, ou venha a tal,
mas certo óbito é inconfundível
ao constatar-se pela ausência,
e por entre outros vazios.
manhã destituída
de algo, e de sono
e um bicho bebe
duma poça suja
alí
e acaba por me irritar
e tirar-me de algo de paz
onde esta morte me fez
e me traz ainda
então eu,
ao diluir palavras
e concentrá-las
tento buscar algo que se perdeu
alí:
onde o bicho bebia.
e eu preciso de palavras que justifiquem
esta manhã nublada e lilás de morte.
não que isto incomode, ou venha a tal,
mas certo óbito é inconfundível
ao constatar-se pela ausência,
e por entre outros vazios.
manhã destituída
de algo, e de sono
e um bicho bebe
duma poça suja
alí
e acaba por me irritar
e tirar-me de algo de paz
onde esta morte me fez
e me traz ainda
então eu,
ao diluir palavras
e concentrá-las
tento buscar algo que se perdeu
alí:
onde o bicho bebia.
domingo, 20 de setembro de 2009
vil
claro
industrial
dor
claro só aqui
pois escura
é minha cidade
de onde sou
de onde fui
de lá
de lá
de onde não mais sou.
mas não mais sou
ou seria eu
ainda?
a criança feliz
de os pés sobre a poça cintilante de mercúrio
no óxido de algo furtacor
a refletir sob os pés
o céu multicolor
ácido
anil
contra industrias,
sangue germânico
e matéria vil de espírito?
industrial
dor
claro só aqui
pois escura
é minha cidade
de onde sou
de onde fui
de lá
de lá
de onde não mais sou.
mas não mais sou
ou seria eu
ainda?
a criança feliz
de os pés sobre a poça cintilante de mercúrio
no óxido de algo furtacor
a refletir sob os pés
o céu multicolor
ácido
anil
contra industrias,
sangue germânico
e matéria vil de espírito?
tão prolixas quanto
e eu perdi inúmeros poemas,
embora mais valesse a vida
em sua coisa empírica,
mais valesse para que viesse
cheia de poesia,
de palavras entre si tão prolixas
mas escritas com amor,
tão prolixas quanto este escritor
a quem vos escreve.
embora mais valesse a vida
em sua coisa empírica,
mais valesse para que viesse
cheia de poesia,
de palavras entre si tão prolixas
mas escritas com amor,
tão prolixas quanto este escritor
a quem vos escreve.
sonhar regressar
eu feliz e triste
estar vivo
relativo é
mas eu não sou
outra coisa que antes
eu fui.
e eu fui.
sonhar é o que me restou
sonhar em regressar
em voltar
embora isto não seja bom,
isto não seja bom.
estar vivo
relativo é
mas eu não sou
outra coisa que antes
eu fui.
e eu fui.
sonhar é o que me restou
sonhar em regressar
em voltar
embora isto não seja bom,
isto não seja bom.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
porque eu choro
porque eu choro
nessa manhã onde todos estão felizes?
neste rio de lágrimas
o meu peito arfa entre o vazio e o cansaço
até que a noite caia num deus iluminado
e então eu me redima de tudo isto
de toda esta dor.
nessa manhã onde todos estão felizes?
neste rio de lágrimas
o meu peito arfa entre o vazio e o cansaço
até que a noite caia num deus iluminado
e então eu me redima de tudo isto
de toda esta dor.
tristes timbres
desejo de morte
num folclóre hungaro
e o frio
e a chuva
e a minha estupidez
perante à lua
do meu amor
que a crueldade
da peça húngara
acabou por encobrir
e encobriu a mim também
escorrendo sobre as paredes
impregnadas
de tristes timbres.
num folclóre hungaro
e o frio
e a chuva
e a minha estupidez
perante à lua
do meu amor
que a crueldade
da peça húngara
acabou por encobrir
e encobriu a mim também
escorrendo sobre as paredes
impregnadas
de tristes timbres.
tenho fome
tédio dói
assim como dóem
os dedos
e a chuva fria também dói
e em dor eu sou incapaz
e arfando de fome
física e romântica
também.
assim como dóem
os dedos
e a chuva fria também dói
e em dor eu sou incapaz
e arfando de fome
física e romântica
também.
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