segunda-feira, 21 de setembro de 2009

paz e morte

amanhece
e eu preciso de palavras que justifiquem
esta manhã nublada e lilás de morte.
não que isto incomode, ou venha a tal,
mas certo óbito é inconfundível
ao constatar-se pela ausência,
e por entre outros vazios.
manhã destituída
de algo, e de sono
e um bicho bebe
duma poça suja
alí
e acaba por me irritar
e tirar-me de algo de paz
onde esta morte me fez
e me traz ainda
então eu,
ao diluir palavras
e concentrá-las
tento buscar algo que se perdeu
alí:
onde o bicho bebia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário