terça-feira, 14 de julho de 2009

noves fora

boca sozinha
só coração
taça quieta
erva não há
tão como
não há
lágrimas também.

deixe eu olhar pro fundo de teus olhos
e descobrir se você me quer mesmo.
deixe eu olhar pros teus olhos marrons
opacos e tirar a prova dos nove
de se estou só
ou uno em nós.

lusitano

já passa das quatro
a lua em seu quarto
o violão calado
o vinho oxida no ar,
na taça,
sono não há.

há é saudade
esta dor irremediável.

sábado, 4 de julho de 2009

fresta

lua amarela
sobre antenas de rádio vermelhas.
e eu só posso olhá-la,
por tal fitá-la,
por uma fresta
que resta
no triz
da janela,
pelo tal frio
embaçada,
e o desenho japonês
em seu som orienal
me dá paz e confusão,
embora madrugada seja
enquanto versejo
acerca de coisas
que por fim
chegam,
dão por vir,
à ausência de meu amor,
e meu amor está aqui ao lado,
e meu amor está longe,
e meu amor eu também sou
eu de mim,
narcísico,
mítico de mim,
ao que me perco
alcoolizado
e de coração
amortecido
pelo tal perdido
embora eu devesse
era nunca ter te perdido.