segunda-feira, 1 de junho de 2009

fria hora

horas passam ao vento
à madrugada
narinas e pés congelam
cada gole da coca-cola gelada
é um momento vívido
dedos frios sobre teclas impessoais
quais não dizem nada por si sós
nem tampouco acerca de nós
isto jamais.
medo desta hora gelada
as seis de uma manhã sem nada
marca o ponteiro
sem nada que esquente
o tempo corre
meu medo discorre
da vida
eu estou nessa cama há dias
escondo-me sobre os cobertores
mil versos perdi à deriva das horas vagas
que correm sob película plástica
de um relógio digital
impessoal
ao lado da cama
ponteiros morrem
sequer levanto
medo de uma morte iminente
à vida que eu já esvaziei
de querer.
durmo têm dias com a culpa
das horas já antigas
passadas
esvaziadas
de uma juventude
por mim desconhecida.
não tem sol há dias
júpiter também se foi
meu amor inexistiu
eu não existo
escondo-me
sob profusões confusas
de palavras à merce da dor
de não mais existir
de nunca haver existido
de fato
de todo
quem vai saber?
está frio aqui
deus não há aqui
e eu tenho medo de morrer.

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