domingo, 30 de agosto de 2009

moçambique

fazer tentar
vir a alcançar
palavras aleatórias
suspendidas
de promessas
e sem culpa,
e o ar da noite
madruga,
cobertores esperam,
amor não está.
na barra da lagoa
eu vou te encontrar
em sonho,
no Pântano
em Açores
ou mesmo em Moçambique.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

lembrar mar

dor cor de anil
de mar
a bater em ondas
na janela
de um sonho longinqüo
pelo tal desmemorado
ludibriado pelo tempo
em ondas metafísicas
de lembranças de mar,
posto que em minha dor
seja apenas lembrar
o fazer maior.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

minha dor

chorar só,
sem mais de meu amor.
afago não tem mais,
carinho acabou.
e quem não amou
não quer saber de minha dor.

sobre o chão

você retificou
e se fortificou
sobre minha dor sozinha
quando estive sobre o chão
por justa perversão
eu sei
que por perversão
cuja a qual reconheci
em seu timbre de voz vazio
revestido de alegria anil
ao me ver alí
sobre o chão tão frio
e de perversão
eu jamais fiz gostar
mas sequer fizeste lembrar
que seu escudo eu fui
a lhe protejer de todo o mal
de que o mundo é capaz
como pude fazer,
embora afundado em dor
e tão sozinho
eu não mais possa afirmar meu amor
nem o meu carinho.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

london´s baby

não sofra por essa criança
muito embora não seja eu quem vá beijar-te.

se eu bem pudesse,
deitava-me em teus lábios doces para todo o sempre.

my baby...
my fake london´s baby.

vem sob whisky
irremediávelmente.

poema não

não me deixe
apenas neste
quem sabe poema talvez.
e meu amorzinho
com frio aqui
sozinho, definitivamente.
vióla diminutiva.
tesão solitário.
isto não é um poema.

Narciso

menino bonito
menino bonito
outros vários
olhos estes
olhinhos
em meu coração
narcísico.

e agora

você é um verdadeiro ursinho, menina
e você me deu sua boca contra a minha
ao doce acaso
ao dilúvio da madrugada
assim impunemente
e estou tão sozinho agora.

em verdade

em verdade,
eu só queria era que você deitasse
com pessoas mais suaves

em verdade,
meus dias se vão
de planificar sua vida
em minha solidão

e não mais transa e balinha
pois agora eu estou sozinha
e você já não é mais minha.

plumas

cachorrada incessante
late ao cair da noite
bem longe
distante mesmo
em meio à mata encharcada
pela água que cai incessante
sob a lua
sobre as ocas
sobre as plumas.

plenitude

lembre-se de mim
por favor
piano redentor
em sua melodia
nessa manhã vazia
em sua crônica chuva
de dias e dias aqui,
no coração,
sob ladrilhos
embora quentes
embora amor
vamos nessa plena manhã,
nessa plena manhã de garoa plena
de branca plenitude.